segunda-feira, 23 de julho de 2012

O mistério do céu


    Agora compreendo porque o céu nos atrai tanto. Com seus planetas, estrelas, luas, meteoros, cometas, exoplanetas. Enfim. O céu é a capa de nosso livro. Onde o planeta Terra seriam as páginas. Páginas complexas e muito bem detalhadas. Onde os seres vivos seriam o personagem principal. Mas, a uma diferença enorme entre o livro comum e o nosso livro. Pois, no livro comum a um ou dois personagens como principais. Já, no nosso livro todos seriam os principais.  Somos obras de arte. Acreditamos que o universo seja um mistério. Um enigma terrível. Mas, não compreendemos que nós também somos um enigma. E ainda achamos a vida entediante. Há tanta coisa para descobrir e para conhecer. A vida é uma agitada aventura. 
   E, mesmo assim existem pessoas que desacreditam de sua importância. Isso porque nunca tiveram tempo para olhar para o céu. Ou até mesmo para as árvores e animais, na sua essência. É triste pensar que alguns personagens admiram seu cenário. E, ao mesmo tempo os destroem. O planeta, é um livro que está sendo escrito a milhares de anos. E, melhor, ele continua sendo escrito neste exato momento. Não é incrível? Não somos somente uma peça de lego. Nós somos o lego!

domingo, 8 de julho de 2012

sem título.


    Em um silêncio escuto sua respiração forte, tão forte, e aconchegante. Seu olhar me quebra barreiras, me tira as regras implantadas a mim mesma. A sua sobrancelha, tão bem desenhada, se encaixa perfeitamente com seus olhos.  Mas, o que dizer de seus olhos... Aquele brilho, me faz pensar o quanto é maravilhoso viver,  o quanto é bom estar contigo. Até sua risada espalhafatosa, se torna um charme quando vejo seus olhos. Mas, mesmo um sentimento sincero, tem seus defeitos. Ou melhor, um defeito. E este defeito, sou eu. Ás vezes penso, o quanto devia me deixar levar por você, e as vezes acho isto muito arriscado. Não estou pronta para amar, nem quero estar pronta.
      Ter um coração despedaçado, leva tempo para reconstruir. Não desista de mim, e não deixe eu desistir de você. Acredito, que quando eu terminar este desabafo, ficarei um bom tempo, sem falar sobre o Amor. Devo estar sentimental demais, sinto que é necessário eu pôr para fora. Nunca falo sobre este sentimento, mas acredite eu não sou tão fria quanto pareço.  Na verdade tenho medo, muito medo, que o amor estrague tudo, novamente.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Conto - Devaneios de um sem-teto


                                                   
     Caminhei em uma velha praça descolorida, encontrei  uma sombra de baixo de um quiosque. Emprestei meu cobertor invisível a um velho amigo e me esquentei, com meu grosso cobertor imaginário. Me sentei à sombra e descansei  meu corpo de atleta.
       Ao amanhecer, acordei com socos e chutes violentos. Pensei que fossem os militares da ditadura, que haviam descoberto que eu era o líder de uma revolução. Mas, na verdade, eram pessoas, que diziam que eu deveria trabalhar e que eu não merecia estar na cidade deles. Fiquei emocionado, eles sabiam que eu era um Rei, e que eu deveria procurar meu castelo.
    Me despedi das pessoas boas. Caminhando com rosto dolorido e com os braços pingando sangue, encontrei vários anjos.  Chamei meu amigo, aquele que emprestei meu cobertor invisível. Os anjos nos deram o que comer, nos ajudaram e disseram frases bonitas. Mas, ainda tinha saudade da velha praça sem cor.
    Voltei, finalmente, para a sombra do quiosque. Conversei sobre Filosofia com meu amigo, só parei de falar quando um homem olhou para nós e disse“Você é doido, igual essa sua mente!”. Não entendi muito bem, acho que ele era doido. Dei breves gargalhadas e me cobri com meu cobertor invisível.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

        Suor frio. Coração pulsando bravamente como se houvesse uma criança trancafiada dentro de uma pequena caixinha escura, e estivesse desesperada para sair. Uma dor de cabeça insuportável. Um nó na garganta agoniante, como se um elefante estivesse preso. E um silêncio perdido em negrume... O que mais se espera de uma pequena revolta infantil com o mundo? O que há de se esperar de um pequeno fantoche? Vivemos neste planeta, e tudo parece que sempre foi assim, e que continuará sempre igual, mas... Pensar sobre o passado não é algo temeroso? Afinal,  você também será um fantasma, um passado misterioso, um universo que jamais foi revelado. Será apenas a luz de uma estrela que não existe mais, e esta luz que ainda vaga no espaço seriam suas histórias, suas pequenas artes que foram deixadas para trás. Não é terrivel você pensar que um dia terá que morrer? Ser obrigada a sair de uma fantástica aventura, da qual não haverá sobreviventes?  Ter que se desfazer de seus átomos que já prestaram a um dinossauro, e agora farão parte de algum ser desconhecido do futuro? Ou melhor, viver cegamente em um lugar desconhecido, onde estranhamente tem cinco dedos em cada uma das mãos e pés, tem duas pernas, dois olhos, um cérebro, e... a consciência? Como se criou a consciência? Quem a criou? Não, não nada de Deus, talvez houvesse algo terrivelmente enigmático da qual o universo seria apenas um grão da estrutura do misterio onde vários oompa-loompas estivessem trabalhando para Um ser ainda mais poderoso ou apenas... não haja nada. E os devaneios estejam divagando demasiadamente.
        Agora, já não há mais um silêncio perdido em negrume, a sons ensurdecedores e uma luz tão forte que faz aparecer corpos fibrosos presentes na substância gelatinosa entre a retina e o cristalino dos olhos. A expressão se contorce ávidamente. E o sol parece observar no horizonte chamando para um duelo. Subliminar. Algo de consciência para enigma.

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